Leitura e Interpretação da Paisagem dos Rios Canalizados (Rio Água Preta)
Horário e local
09 de mar. de 2024, 10:00 – 13:00
São Paulo, R. Clélia, 93 - Água Branca, São Paulo - SP, 05042-000, Brasil
Convidados
Sobre o evento
Na atividade de Leitura e Interpretação da Paisagem dos Rios Canalizados, existem vários elementos conceituais sobre os quais podemos compreender o espaço geográfico e suas inúmeras formas de análise. O principal objetivo da atividade é fazer com que os participantes possam interpretar a paisagem através da observação da topografia e geomorfologia do percurso do Rio Água Preta, um curso d’água que foi canalizado, assim como tantos outros e a partir daí, tentar entender a relação histórica do modelo de urbanização, desenvolvimento e a relação da cidade de São Paulo com seus rios, córregos e riachos.
Os estudos apoiados na historiografia e na iconografia aponta a importância da rica rede fluvial para a fundação e estabelecimento da cidade, demostrando como ao longo do tempo e à medida que a cidade crescia, os cursos d’água foram sendo deteriorados e passaram a ser vistos como obstáculos ao crescimento urbano, tornando alvo de intervenções e transformações. Tais intervenções implicaram na supressão dos rios da paisagem urbana da cidade de São Paulo. A presença dos rios garantia a segurança da Vila de São Paulo de Piratininga nos primórdios da invasão dos europeus, mas no final do século XVIII os rios passaram a limitar a circulação, expansão e ocupação da cidade em pleno crescimento.
À medida que a cidade de São Paulo começa a se expandir, avançando sobre áreas de topografia irregular, cuja ocupação demandava obras dispendiosas como viadutos, as áreas de várzeas, apesar de periodicamente encharcadas, passaram a atrair a atenção, tornando-se uma opção lucrativa à especulação imobiliária. Através de um discurso de “saneamento” e combate às enchentes, a cidade foi criando novos terrenos através do aterro das várzeas, retificações e canalizações dos rios.
O Água Preta foi um dos diversos rios canalizados no processo de urbanização. As nascentes do Rio Água Preta ficam situadas no Bairro da Pompéia, exatamente na Praça Homero Silva (Praça da Nascente), percorrendo aproximadamente 3 km até desaguar no Rio Tietê.
Iniciaremos as atividades de Leitura e interpretação da Paisagem num bate-papo com o Ativista Ambiental e Permacultor Adriano Sampaio, e o Biólogo, Gestor Ambiental e Permacultor Cauê Vida, em frente à Cafeteria do SESC Pompéia. Eles irão conduzir os participantes durante todo o percurso até as nascentes do Rio Água Preta.
Iremos conhecer o piscinão que fica abaixo do SESC Pompéia e alguns lagos, feitos pela comunidade e coletivos, onde teremos a possibilidade de observar a relação das pessoas que residem ou frequentam a região com as águas desse rio. O foco é fazer os participantes pensarem em possíveis soluções para uma cidade melhor, onde possamos conviver em harmonia com os cursos d’água que são encontrados em toda a cidade. Olha que não tem pouca água, existem aproximadamente 300 rios na cidade de São Paulo, mas alguns deles não conseguimos observar, pois o processo de urbanização fez com que eles fossem canalizados e escondidos, mas eles estão lá, sempre fluindo!
Durante a caminhada, iremos conhecer a Travessa Roque Adóglio, onde o Rio Água Preta mesmo estando canalizado, pode ser visto e escutado. Por muito tempo a travessa permaneceu sem um objetivo ou investimento, a não ser de ser uma travessia de pedestres. O Instituto Cidade Democrática criou o concurso de ideias “A Pompéia que se quer”, do qual saiu o projeto “Travessas Coloridas” no ano de 2.013, apresentado pelo artista André Rodrigues. O primeiro evento realizado no local foi para celebrar a emenda parlamentar que faria uma reforma no local, depois de muitas conversas e reuniões com a Subprefeitura da Lapa. A travessa surge então como um espaço público, aberto, autônomo e coletivo, com inúmeras possibilidades e opções. Através de diversas intervenções artísticas locais, ações de moradores e transeuntes, a travessa aos poucos foi se consolidando como uma galeria a céu aberto.
Caminharemos até a Praça Homero Silva, que também recebe o carinhoso nome de Praça da Nascente, no local podemos encontrar oito nascentes do Rio Água Preta, além de ser a maior área verde do bairro da Pompéia com aproximadamente 12 mil m².
Para finalizar as atividades, conheceremos o Cerrado Infinito. Um trabalho de arte contemporânea, que recria uma trilha com a vegetação nativa do Bioma do Cerrado Paulista que era encontrada em abundância antes da fundação da Vila de São Paulo de Piratininga em meados de 1.554. O processo artístico teve início em espaços públicos como praças, gramados e jardins, substituindo a vegetação exótica pela nativa, em um processo de descolonização vegetal da paisagem. Para isso, o artista Daniel Caballero fez diversas expedições em busca de plantas sobreviventes, coletando indivíduos esparsos na malha urbana, para replantá-las em ações colaborativas. A imersão na primeira paisagem a desaparecer nos Campos de Piratininga, após a invasão dos europeus, nos convida a reflexão, a sensibilização, o descolamento da espacialidade e ao tempo cotidiano. Podemos observar mais de 50 espécies do Cerrado Paulista na Praça da Nascente, tais como, a Cidreira-limão, o Ipê-amarelo-do-cerrado, Vassourinha, Dormideira, Carqueja, Língua-de-tucano, Capim-barba-de-bode, Araçá, Milho-de-grilo, a Canela-de-velho, entre outras.
Ingressos
À vista
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